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quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A marca de uma lágrima


Um momento nostalgia... 
Nem sei o que dizer desse livro que marcou tanto a minha adolescência. 
Acho que é justo  começar rendendo as devidas homenagens ao homem que incentivou tantos jovens a ler: Pedro Bandeira. 
Quando eu crescer, quero ser Pedro Bandeira. Juro.
Os Karas e a Isabel de A marca de uma lágrima serão meus eternos amigos. Gosto de pensar que há um pouco deles em cada personagem meu. Esses jovens inteligentes, tão capazes, cheios de valores e características nobres. Certa vez, eu vi uma entrevista desse mestre da literatura infanto-juvenil em que lhe perguntavam sobre o excesso de qualidade de seus personagens, ele respondeu que seus personagens representavam aquilo que ele sonhava para a juventude brasileira. Concordei com cada letra daquela afirmação. Quero muito que a juventude brasileira esteja repleta de Migueis, Magris, Isabeis, Calus e Crânios. Quero mesmo.
Em A marca de uma lágrima, Pedro Bandeira faz uma releitura da peça teatral romântica de Edmond Rostand: Cyrano de Bergerac. A peça é linda. Eu a li na faculdade. O herói inteligente, porém feio e narigudo, ajuda ao amigo bonito a conquistar Roxane, a moça por quem ele próprio também era apaixonado. Linda mesmo. Mas nada que se compare ao encantamento que o livro de Bandeira provocou em mim no auge dos meus onze anos.
No livro, encontramos Isabel, uma menina inteligente que se acha feia, apaixonada pelo primo Cristiano, ela ajuda a amiga Rosana a conquistá-lo através de cartas. As cartas são um espetáculo a parte, com poemas que só poderiam ser escritos e só fazem sentido mesmo para um público juvenil. Eu me divirto horrores quando os releio e penso na minha cabeça tão inocente de antes. 
O amor de Isabel é inflamado. É urgente. E é infantil. Até na descoberta do desejo é possível perceber esse misto de urgência e inocência. Afinal, quem já leu esse livro jamais esquecerá: "Vem, Cristiano, vem tomar o meu champanhe".
Adoro tudo nesse livro. Até a vergonha que eu sinto de já ter me identificado com ele. Porque A marca de uma lágrima me faz perceber o quanto já cresci, o quanto me tornei uma leitora mais crítica, mas, ao mesmo tempo, eu ainda estou ali. Em algum lugar de mim mesma, eu ainda acredito na Isabel, nas ilusões de Isabel. E torço para que cada menina do mundo encontre o seu Fernando.

Um comentário:

  1. Tia, esse foi meu livro predileto por quase 4 anos, passei quase toda a minha pré-existência lendo ele, e cá entre nós, adorava esse livro, até alguns dias tinha um caderno com todos os versos que apareciam no decorrer da história... Ver um post seu sobre esse livro me causou uma nostalgia incrível... Acho que vou ler esse livro de novo..

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